quarta-feira, 23 de março de 2011

Diferenças

"Eu sou diferente, igual a todo mundo."
Eu nunca digo que sou normal, afinal, não sou mesmo. Na realidade creio que ninguém é normal.
Afinal, o que é o normal e o que é o anormal? Esse é um conceito que nem mesmo deveria existir, pelo menos quando se trata de pessoas. Não se pode definir um padrão quando se trata de aparências, pois naturalmente cada pessoa é diferente da outra, e variedades sempre vão existir. O padrão de beleza, inclusive, muda constantemente com o passar do tempo, por exemplo, nos anos 70 era totalmente diferente, os estilos de roupa, cabelo, etc, eram considerados bonitos. Já hoje em dia, quando vemos uma foto daquela época, parece impossível entender como aquilo era "normal".
Os padrões de beleza são muito controversos, já que existem gostos que variam de pessoa pra pessoa. O que as pessoas fazem é apenas tentar seguir as tendências de sua época, até aí é compreensível. Mas e quanto a personalidade?
As pessoas podem ter até aparências parecidas, podem ser gêmeos, e tudo mais. Porém, ninguém, nem uma só pessoa no mundo, tem a personalidade igual a de outra. Isso é uma coisa unica de cada um, é o que realmente define quem você é, mais do que roupas, mais do que estilo, mais do que aparência. É a sua marca registrada.
Ainda assim, as pessoas costumam rotular os outros como "estranhos" ou "anormais", de acordo com a personalidade. Isso simplesmente não faz sentido. Julgar os outros por isso não é nada mais que um erro da personalidade de quem julga, sendo assim, o "diferente" é você, que julga o próximo. 
Seja você um rockeiro, headbanger, hippie, paty, chato, legal, ignorante ou inteligente. Você é você. E ninguém mais. É uma coisa que não pode ser roubada pelos outros. Isso já é motivo de orgulho, não é necessário tentar parecer superior aos outros, ou tentar parecer mais do que você realmente é.
Se você pensa em mudar sua aparência, estilo ou personalidade pra agradar alguém.. é um fraco, pois está assumindo que é pior que outra pessoa e precisa alcançá-la.
O certo é ser você mesmo. As pessoas mudam automaticamente, é o rumo natural das coisas, apenas não se esforce pra isso. "Não se preocupe com a sua reputação, pois sua reputação é apenas o que dizem de você, e não realmente o que você é."

sexta-feira, 18 de março de 2011

Eu, comigo, e para mim.

 Já ouviu falar em altruísmo, em ajudar o próximo? Já se preocupou com alguém que você nunca viu?
Isso é realmente uma coisa muito rara hoje em dia, em um mundo onde a lei do mais forte prevalece, e cada um deve cuidar de si mesmo, se preocupar consigo mesmo e resolver seus próprios problemas. Na verdade, somos egoístas por natureza. Tanto, que conseguimos ser egoístas achando que estamos fazendo o bem. Perceba...
Provavelmente você já sentiu saudades de alguém. Por que?
Essa pessoa te fazia falta por algum motivo... talvez porque você se sentia bem perto dela...
Esse é o ponto! Essa pessoa te faz bem, e por isso você gosta dela. Nós, naturalmente, gostamos do que nos faz sentir bem, para suprir as nossas necessidades, e apenas isso. Isso é uma coisa tão natural, tão normal, que nem tratamos como egoísmo. O que nós chamamos de "gostar" de alguém, na verdade é gostar dos bons sentimentos que essa pessoa nos proporciona.
Mas e o amor incondicional, onde fica?
Essa é realmente uma boa pergunta. Eu mesmo, nunca vi, só ouço falar. Na realidade, se eu ver, não vou conseguir identificar. Hoje em dia a palavra "amor" não tem mais significado, as pessoas banalizaram de certa forma, que as pessoas "amam" as outras, sem nunca ter se falado, sem nunca ter trocado uma idéia. Confundem amor com atração física.
Pessoas que se conhecem em um dia e já dizem que se amam;
Amores que começam em uma noite, e terminam no outro dia;
Ou pior ainda, pré-adolescentes dizendo que amam seus ídolos, que nem mesmo sabem de sua existência.
 Eu não posso falar muito sobre isso, pois eu mesmo não entendo sobre sentimentos e essas coisas, mas até eu consigo enxergar que o mundo está andando a passos largos para o egoísmo total. Vemos isso a cada dia. Todos vivendo com o objetivo de acumular riquezas e coisas para melhorar sua qualidade de vida, seu bem-estar, seu ego. Fechando os olhos para o que realmente importa. Alguns até se esquecem de buscar a felicidade, afinal, cuidar de si mesmo ocupa todo o tempo. Se esquecem de que o essencial é invisível aos olhos.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Temos liberdade?

 Muitas pessoas se orgulham em dizer que apesar de tudo, ao menos tem liberdade. Fazer o que tiver vontade, ir à qualquer lugar, correr pelado na rua... enfim, ser livre. Mas poucos param pra pensar que talvez não seja bem assim que as coisas funcionam. Na verdade, estamos presos. Isso mesmo, estamos presos a um sistema, a uma sociedade, desde quando nascemos até a morte.
 Você é um punk anarquista? Um rebelde sem causa? Ou quem sabe, um índio?
Não importa, certas regras existem pra você também, e você querendo ou não está preso a elas. Por exemplo, o tempo.
Eu diria que o tempo é campeão em tirar a liberdade das pessoas. As pessoas acordam, vão trabalhar, fazem suas atividades, para no outro dia repetir o mesmo roteiro, e é assim dia após dia, você atuando como mais um personagem, que convenhamos, apesar de fazer falta para amigos e parentes, para o mundo não faz falta alguma. No meio de praticamente 7 bilhões de pessoas, somos apenas mais um número frio. E todo o nosso valor se resume em quanto podemos melhorar o mundo... é assim que a sociedade nos vê. Algum dia, mais cedo ou mais tarde, vamos cair na armadilha do tempo, é inevitável. E aí, todos os seus planos de vida, todo seu progresso, toda a sua "liberdade" agora são apenas memórias. E o que tudo isso significou?...

 O mundo quer fazer de você apenas mais um peão, mais uma peça que ajuda o jogo continuar.
Desde o nascimento, somos treinados pra nos adaptar ao mundo em que vivemos. 
 Crescemos e estudamos para trabalhar, com a falsa motivação de ter uma boa qualidade de vida, enquanto o verdadeiro motivo oculto é dar nossa contribuição para o sistema. Enquanto você acha que está usufruindo de sua liberdade por tirar férias na praia, você não está fazendo nada mais do que movimentar o mercado turístico. Enquanto você acha que é livre por poder tocar em uma banda de rock, você está apenas movimentando o mercado do entretenimento. É a velha política do pão e circo... enquanto nós, peões, tivermos acesso a entretenimento e comida, vamos continuar a seguir o script da sociedade. 
Achando que somos livres, enquanto na verdade, estamos exatamente onde deveríamos estar fazendo exatamente o que deveríamos fazer, como manda o roteiro. E no fim, quando chegar sua hora de partir, simplesmente outra pessoa vai te substituir fazendo as mesmas coisas, também achando que está vivendo em plena liberdade, enquanto tudo na verdade não passa de um teatro com o fim já escrito. E assim o sistema continua circulando, em um ciclo sem liberdade, em uma falsa realidade.